Como bem sabem os que me conhecem, sou avesso às redes antissociais. Sei que podem ter razão os amigos que me dizem que não poderei resistir a elas eternamente. Mas, por enquanto, estou conseguindo, e assim o farei enquanto puder, ou enquanto não houver lei que me obrigue a fazer parte de tal mundo.
Há muitos motivos para minha resistência. Um deles, que aqui tem mais importância, é o fato de prezar pela argumentação detalhada, pelo esforço de levar um argumento ao seu limite, tirando dele todas as consequências. Por isso a preferência por textos mais longos, mesmo sabendo que isso, hoje em dia, é quase uma ofensa para as gerações que julgam ser possível dizer tudo o que há para ser dito sobre as coisas com meia dúzia de gírias abreviadas.
Sei que isso terá um preço. Entre meus leitores provavelmente não estarão aqueles que acham “um saco” ler mais de dois parágrafos. Embora, faço questão de deixar claro, nenhum dos textos aqui disponibilizados será escrito para esse público. Tampouco me preocupam os que gostam de ler o título de um texto e, então, ir direto para os comentários acusar o autor com algum palavrão da moda que, via de regra, não sabem o que significa.
Esse blog é, antes de qualquer coisa, uma forma de dar vasão a ideias e pensamentos sobre uma variedade de temas, em especial aqueles que integram minhas áreas de atuação junto à universidade: teoria política, partidos e instituições políticas, cultura e comportamento. É, também, um recurso metodológico à organização de ideias. Escrever sempre foi, para mim, a melhor maneira de organizar o pensamento. Se a leitura se mostrar agradável a alguns, isso obviamente servirá de motivação para continuar. Se esse não for o caso, continuarei escrevendo assim mesmo porque, acima de tudo, foi o prazer de escrever que deu origem a esse projeto.
Cheguei ao seu blog por indicação de um amigo. Confesso que me surpreendi com tanta verdade em seus textos. Por isso vim ler seu primeiro artigo. Não desista, continue seu propósito. Como bem disse, foi a vontade de escrever que te trouxe aqui. E quem comunga das mesmas ideias chegará aos poucos. Olha eu aqui!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ResponderExcluirFinco bandeira aqui, branca!
Siga firme.🍀
Abraço
Caro Professor,
ResponderExcluirConfesso-me gratamente surpreendido por seu brilhante texto "O Jair Que Há Em Nós". Denota, além de acuidade analítica na esfera sócio comportamental,notável sensibilidade perceptiva sobre o nebuloso ambiente político que vimos atravessando, trazendo-nos algum alento por nos julgarmos menos desamparados em nossa percepção sobre a nossa realidade , tão vorazmente combatida pelo fanatismo , alimentando dicotomia perversa e tão prejudicial aos prinípios da lógica e do bom raciocínio. Saudações
Muito grato, professor Ivan. Vim conhecê-lo em seu blog, pelo artigo enviado por um amigo "O Jair que há em nós". Excelente análise! Me lembrou muito a análise da sociedade brasileira, realizado pelo amigo antropólogo, Eduardo Viveiros de Castro que vai na mesma linha. Também gostei de ler o texto "Por que criar um blog?" e me identifico inteiramente com as suas motivações e reflexões, embora ainda não tenha investido para também criar um blog como ambiente para publicar meus textos. Deveras, temos ainda um trabalho imenso pela frente. Abraço, Hans Alfred Trein - Teólogo
ResponderExcluirTentador... embalar nos. Duas mãos balançam a rede. Não sermos o "brasileiro médio", pois lemos, escrevemos, levamos papo cabeça. Sem culpa. E sermos o "brasileiro médio", preconceituosos, como o esteriótipo criado.
ResponderExcluirOutro dia, relacionei artistas, músicos, escritores, filósofos alemães. Alemanha, das primeiras universidades, da impressa. Foi lá criado o nazismo.
Visitaria a península italiana e o legado do direito romano; as artes, a ciência de Galileu, a independência de suas cidades. Lá vimos o fascismo (subtraindo o símbolo romano).
Hoje, observando o moleque, o mente curta sentado na presidência com seu símbolo fálico, a caneta; estranho os colegas letrados, meus familiares com curso superior - não por votarem no desclassificado (diversos votaram apenas contra Lula) - por continuarem apoiando o absurdo, a falta de horizonte.
"Brasileiro médio" está na alma dos povos. Já descrito na Torah. Mas a alma humana se aperfeiçoa com as artes, a música, as letras, a ciência, a esperança, o amor, a solidariedade.
Tal qual você, mantenho a resistência e ainda sou avessa às redes sociais, mas cheguei ao seu blog pelo encantamento que o seu texto "O Jair que há em anos" me causou, encantamento esse pela lucidez do que li. Simplesmente maravilhoso!
ExcluirTb sou Morgana kkk e tb cheguei aqui pelos mesmos motivos...
ExcluirBoa noite, professor!
ResponderExcluirParabéns pelas reflexões, de modo particular, pelo artigo "O Jair Que Há Em Nós"!
Me representa.
Obrigado!
Parabéns pelo Blog!!!!!! Continue.
ResponderExcluirEscreva algo sobre o Haddad.
ResponderExcluirSeu texto provocou boas reflexões no meu ninho. Obrigada!
ResponderExcluirVisceral essa análise do perfil cultural e comportamental do nosso povo! Confesso meu desalento... mas clareza tb de que pode haver caminhos para a mudança.. com muita luta.
ResponderExcluirOlá, o teu blogue é maravilhoso.
ResponderExcluirTenho muita vontade de fazer um para escreve temas importantes para a atualidade, também.
Olá. As redes sociais nem sempre são nefastas. Foi um grupo de Whatsapp que trouxe seu nome e o texto sobre "Seu Jair", que me trouxeram até aqui. Parabéns pelos textos, que são verdadeiras sínteses da conjuntura política atual. Na oportunidade, aproveito para engrossar o coro com seu amigos que acham que você deveria utilizar redes sociais. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirCaro Professor Ivann. Tive contato com seu texto sobre o Infame Jair, em um grupo de resistência no Whatsapp que congrega participantes de varias locais do pais, principalmente aqui em São Paulo, SP onde resido.
ResponderExcluirEu que tenho 67 anos formado em Economia nos idos dos anos 1970, durante a Ditadura, pensei que deixaria para minha descendência um país melhor, porém percebo que infelizmente isso pode não acontecer, exceto, se pensadores como vc, tiverem produzindo textos críticos e da qualidade do seu maravilhoso "O Jair que há em nós". Um grande abraço. Luis W Folhe
Que bom ler seus textos,bem pontuais. Muito obrigada!
ResponderExcluirMuito boa a reflexão sobre o escândalo eleitoral de 2018. Continue pensando e escrevendo. Precisamos registrar o que a história social do país nos oferta por ora.
ResponderExcluirA tradição de um país de coronéis e capitães se impõe aos incautos e infelizmente ainda temos muito para fazer para tentar um futuro melhor.
Muita lucidez em seu comentario recente no facebook analisando a media do povo brasileiro numa tentativa de explicar que a escolha de seus representantes nada mais eh que reflexo de sua personalidade
ResponderExcluirRespeito sua análise, mas ela pesa a mão sobre a percepção cultural e deixa de lado o pano de fundo de nossa história. Aposta num defeito de caráter do brasileiro médio como causa principal para a eleição de JB e esquece seus antecedentes.
ResponderExcluirDespreza, assim, duas forças poderosas: a idéia fortemente arraigada na mente da sociedade brasileira de um período autoritário em que a corrupção não existia. Essas duas décadas de ditadura militar - que um ex-presidente do STF chamou de "Movimento"- cristalizaram no imaginário a figura de militares como uma casta tecnicamente perfeita e competente, eticamente irretocável. O medo de que voltassem ao poder motivou a imprensa brasileira (só ela?) a deixar esse esqueleto dentro do armário. Hoje a honestidade do período militar é tema pacífico e irretocável.
A segunda força é que embora seja um ser que sempre viveu da política, JB representa com seu discurso escatológico, o sentimento de nojo que a sociedade passou a ter da política. Para o brasileiro médio, que se mata de trabalhar e vive no mais desassistido dos mundos, causa-lhe repulsa o cinismo, a prevaricação e a desonestidade de seus homens e mulheres públicos.
Assim que nasceu o voto de protesto que colocou ex-jogadores de futebol, cantores de forró e palhaços das mais variadas estirpes no centro decisório do poder.
O Jair que vive em nós é só a erva daninha - ele precisou do solo fértil da mentira/silêncio midiático e de anos e anos de abandono pra vicejar. Ou, nas palavras de Euclides da Cunha, citando Canudos: "Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvaniada por doido."